O Rio de Janeiro é o principal portão de entrada para o turismo de lazer no Brasil. A “Cidade Maravilhosa” exerce um magnetismo global que atrai perfis muito distintos de viajantes. Para entender quem visita o Rio, precisamos dividir esse fluxo entre o turismo doméstico (brasileiros) e o internacional.
Abaixo, detalho a origem desses visitantes e os idiomas que mais ecoam pelas areias de Copacabana e pelas ladeiras de Santa Teresa.
1. Turismo Internacional: De onde eles vêm?
De acordo com dados da Embratur e do Ministério do Turismo (com base em levantamentos de 2024 e projeções para 2025), o Rio de Janeiro recebe um fluxo internacional liderado majoritariamente por vizinhos sul-americanos e países do hemisfério norte.
🇦🇷 Argentina (A Maioria Absoluta)
Os argentinos são, historicamente, os turistas que mais visitam o Rio. A proximidade geográfica, a conectividade aérea e a afinidade cultural fazem com que eles liderem o ranking. Durante o verão e o Carnaval, a presença argentina é tão massiva que é comum ouvir tanto espanhol quanto português nos pontos turísticos.
🇺🇸 Estados Unidos
Os norte-americanos ocupam o segundo lugar. O perfil desse turista costuma ser de alto poder aquisitivo, buscando hotéis de luxo na Zona Sul e experiências gastronômicas. A facilidade de voos diretos de cidades como Miami e Nova York sustenta esse fluxo.
🇨🇱 Chile e Uruguai
O Chile tem crescido significativamente como emissor de turistas para o Rio, superando muitas vezes países europeus. Uruguaios também mantêm uma presença constante, especialmente em viagens de família.
🇪🇺 Europa (França, Reino Unido, Portugal e Alemanha)
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França: O Rio tem um apelo romântico e cultural muito forte para os franceses.
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Reino Unido e Alemanha: Buscam o Rio pelo clima tropical e pelas paisagens naturais.
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Portugal: Além do turismo de lazer, há um forte componente de turismo de raízes e negócios devido aos laços históricos.
2. Os Idiomas Mais Falados pelos Turistas
A diversidade de origens reflete-se na “torre de Babel” que o Rio se torna em altas temporadas.
| Idioma | Contexto e Público |
| Português | O principal idioma, falado pela imensa maioria de turistas brasileiros (vindos principalmente de São Paulo, Minas Gerais e do próprio interior do RJ) e pelos portugueses. |
| Espanhol | O idioma estrangeiro mais ouvido. Devido à liderança de argentinos, chilenos, uruguaios e colombianos, o espanhol é quase uma “segunda língua” no setor de serviços do Rio. |
| Inglês | Funciona como a língua franca. É falado pelos americanos e britânicos, mas também é o idioma de comunicação para turistas da China, Alemanha, Israel e países escandinavos. |
| Francês | Muito presente em hotéis boutique em Santa Teresa e em restaurantes sofisticados na Zona Sul. |
| Alemão e Italiano | Ouvidos com frequência em grupos de excursões culturais e visitas guiadas ao Centro Histórico e museus. |
3. Tendências e Sazonalidade
O perfil do turista e o idioma predominante mudam conforme o calendário:
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Réveillon e Carnaval: Ocorre uma explosão de diversidade. O inglês e o espanhol dominam as ruas. É a época em que o Rio recebe o maior número de europeus e americanos.
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Inverno (Julho): Há um aumento no turismo doméstico (brasileiros fugindo do frio do sul) e de vizinhos sul-americanos que aproveitam as férias escolares.
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Turismo Corporativo: Durante a semana, o perfil muda para o português e o inglês técnico, com foco em executivos que visitam o Porto Maravilha ou as sedes de empresas de petróleo e energia.
4. O “Carioquês” como Atração
Curiosamente, o sotaque local — o Carioquês — é considerado por muitos turistas (especialmente brasileiros de outros estados) como uma atração à parte. O “S” chiado e a descontração na fala são elementos que compõem a “experiência Rio” que os visitantes buscam levar na memória.
